quinta-feira, agosto 17, 2006

O Peido que a doida deu

A primeira vez que ouvi falar no Moyses Sesyom, foi numa conversa do meu pai com uns amigos lá na antiga Cantina Apodi ainda na decada de 80. Achei bem engraçado, mas era pequeno, o tempo se passou e com ele a minha lembrança.

Alguns anos depois tive o prazer de ler as Pelejas de Ojuara, livro do Nei Leandro de Castro* que se encontra facilmente na lista dos meus top 10 de todos os tempos. Inclusive este livro, que conta as aventuras do personagem Ojuara pelo sertão nordestino, é forte candidato a virar filme dentro em breve. Se for bem feito, vai ser um filme daqueles pra virar refêrencia.

Neste livro, brilhantemente integrada a história, reencontrei a glosa mais famosa do Moyses, que segue abaixo.


MOTE

O peido que a doida deu
Quase não cabe no cu.


GLOSA

Eu conto o que sucedeu
Na sombra da Gameleira
Foi um tiro de ronqueira
O peido que a doida deu.
Toda terra estremeceu,
Abalou todo o Açu,
Ela mexendo um angu,
Tirou a perna de lado
E deu um peido tão danado
Que quase não cabe no cu.

Moysés Sesyom



*Que Nei Leandro de Castro é poeta, escritor e publicitário, qualquer um sabe, até o Google. Mas que ele foi o idealizador e autor das primeiras e geniais faixas de propaganda do antigo Motel Tahiti nem todo mundo sabe. Também nem todo mundo ouviu quando um grande amigo meu disse "Não acredito mais em genética", ao saber que Nei é pai do "limitado" Flavio Leandro, locutor de rádio e "empresário da noite" natalense. Junto com nomes como Câmara Cascudo e Esmeraldo Siqueira, Nei Leandro de Castro é um dos poucos potiguares que tem a minha admiração incondicional...

3 comentários:

Bony Daijiro Inoue disse...

Rapaz...acho que eu conhecí ele em Açú/RN, em 97...

Wasgs disse...

sw

Wasgs disse...

Tentei apagar o post anterior mas não funciona... Bem, o que eu queria dizer é que as Pelejas de Ojuara é o melhor livro de escritor potiguar que eu já li. Também já ouvi falar de quem conhece Nei Leandro de Castro que ele é uma figura. Acho que se fizerem o filme como fizeram O Auto da Compadecida (que assisti outro dia desses num canal belga) vai virar referência na hora.